11 fev

Dicas para 2015

Em 2015 temos um cenário ainda mais complicado para quem possui endividamento, do que em 2014, quando voltamos a registrar crescimento da inadimplência. Provavelmente a principal causa disso seja que para cobrir os rombos das contas públicas o governo está tomando medidas para aumentar a arrecadação, mas que acabam por transferir esta conta para os cidadãos.

O crédito está mais caro, o que possui um efeito extremamente danoso para as pessoas que possuem endividamento, pois se não conseguirem saldar suas dívidas e precisarem contrair novas, uma parcela maior de seu dinheiro irá para pagar os juros. Da mesma forma isso faz com que muitas empresas reduzam seus investimentos, desta forma adiando expansões e portanto contratações.

Ao mesmo tempo tivemos um aumento de impostos, então se de um lado as empresas ficam com menos capital para investir, do outro, uma parte maior de suas vendas vai para o pagamento de impostos, reduzindo seu resultado. A opção normal seria aumentar os preços, mas com o dinheiro mais caro para os consumidores isso geraria retração das vendas, então as empresas acabam "enxugando", o que muitas vezes é sinônimo de demissões. Com as demissões as vendas tendem a cair ainda mais e aí entramos em um círculo vicioso, que conduz a uma retração da economia, como já foi inclusive admitido pela equipe do governo. Repare que mesmo com a redução do IPI a venda de automóveis já caiu 31% em Janeiro.

Se esta retração mantém-se por três meses, vira recessão, o que segundo o governo não ocorrerá. De qualquer forma a tendência é enfrentarmos uma falta de capital e uma retração nas vendas ao mesmo tempo, ainda que por um curto período.

Então as medidas foram erradas? Não, foram corretas, mas alguns remédios são indigestos mesmos. Não adianta reclamar do remédio, a revolta deve ser com o que nos fez ter de usá-lo.

Isso significa que 2015 será um ano ruim? Não, necessariamente. Lembre-se: Sempre quando uns choram, outros podem vender lenços! O que fazer então?

1)      Expandir: Como assim? As empresas que estiverem com suas contas em dia, terão uma oportunidade ímpar para adquirir concorrentes e desta forma aumentar suas participações no mercado. Da mesma forma, as pessoas físicas que estiverem em dia, poderão barganhar melhor e obter ótimos descontos em suas compras;

2)      Enxugar: Reduza despesas para fazer seus gastos caberem no orçamento. Na pessoa física isso pode significar um corte no lazer, redução de despesas como água e luz (que ainda possuem risco de racionamento, se nada mudar) e telefone. Se não desejar cortar, ao menos mude a periodicidade ou o padrão;

3)      Renegociar: A falta de dinheiro tende a atingir todos, uns em maior escala e outros em menor, desta forma pode ser uma boa oportunidade para renegociar dívidas, obtendo bons descontos;

4)      Sem rolagem: Não adianta nada rolar as despesas de um mês para o seguinte, pois apenas estará adiando o problema. Simplesmente, passar a comprar a prazo, o que vinha comprando a vista vai apenas adiar o problema. Não adianta pagar o supermercado no cartão de crédito, pois a fatura virá no mês seguinte e depois que se entrar nessa sistemática é muito difícil de sair, para precisaria pagar dois meses juntos, para sair dela;

5)      Fugir: Fuja dos empréstimos o mais que puder, pois com juros altos eles são uma opção muito ruim, apesar de fáceis. Nada de rolar cartão crédito, nem cheque especial, pois isso pode virar bola de neve;

6)      Ampliar: Este sem dúvida é um ótimo momento para ampliar a renda (difícil será encontrar vagas para isso), mas qualquer rendimento extra é sempre bem-vindo na volta das férias, portanto não custa procurar.

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Contador, Analista e Desenvolvedor de Sistemas, com especializações em Contabilidade, Finanças e Análise de Dados, além de mestrado em Contabilidade e Finanças e cursos de extensão em instituições de ensino internacionais, nas áreas financeira e de análise de dados (Yale University, University of Michigan e Johns Hopkins University). Professor Universitário de Graduação em Porto Alegre e Pós-Graduação nas cidades de Porto Alegre, Caxias do Sul, Osório e Miami (USA), palestrante em diversos eventos no Brasil e Estados Unidos, desde 2005. Master Coach Trainer, membro da ICF Brasil e IAC. Já treinou mais de 10.000 pessoas, desde o ano 2.000, no Brasil e nos EUA. Saiba mais na página Sobre.

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